No Dia dos Professores, o g1 mostra iniciativa que promove discussões sobre questões étnico-raciais para ajudar na aprendizagem da matemática de alunos da rede pública de Ituiutaba.

Professora Cristiane Coppe une conceitos étnico-raciais com a matemática Arquivo pessoal Para muitos, aprender matemática se resume a lidar com números e formas geométricas.

Porém, pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) têm demonstrado que a disciplina também pode abordar questões étnicas e raciais na escola - tudo isso, por meio de jogos, dinâmicas e até viagens com os alunos.

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Para celebrar o Dia dos Professores, lembrado neste domingo (15), o g1 conversou com a professora do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação Matemática (Nupem) da UFU, Cristiane Coppe de Oliveira, coordenadora do projeto.

Com o apoio de recursos da iniciativa pública e privada, o Nupem promoveu ações com estudantes de duas escolas estaduais em Ituiutaba.

Entre as atividades, houve discussões de conceitos matemáticos por meio da prática de tradições típicas dos povos afro-brasileiros.

"A dança de fitas do Congado, por exemplo.

Falamos sobre a história das fitas e do Congado e depois fizemos um modelo matemático dessa dança, que forma uma circunferência.

A partir disso, discutia-se conceitos da geometria", explicou.

Alunos discutem matemática e questões raciais em Ituiutaba Cristiane Coppe/Arquivo ✅ Clique aqui para seguir o novo Canal do g1 Triângulo no WhatsApp.

Além disso, alunos de uma das escolas foram levados para uma visita técnica em Ouro Preto, para assimilar conceitos de matérias como história, geografia e, porque não, matemática.

"Fizemos visitas nas minas, porque há uma tecnologia, uma matemática, um saber próprio da população negra escravizada na época para escavar minas e extrair o ouro.

Os alunos também fizeram uma trilha matemática e conheceram uma história que não está nos livros didáticos, aprendendo os modelos matemáticos da própria cidade", lembrou Coppe.

Professores que também aprendem Antes de aplicar as dinâmicas em sala de aula, o projeto também realizou, em 2020, um curso de formação com 150 professores do Brasil e de Angola.

Entre os temas trabalhados, houve aulas sobre educação quilombola, congado, entre outros assuntos.

A pesquisadora ressalta que, em 2023, a Lei 10.

639 - que prevê a inclusão de conteúdos sobre a cultura afro-brasileira na educação básica - completa 20 anos.

Por isso, segundo ela, discutir questões ligadas à igualdade racial na escola é fundamental.

"Para além da lei, a gente ainda vê que isso ainda não é realidade em todas as escolas.

Então trabalhar as questões étnico-raciais na formação de professores é importante, porque nós temos estudantes que não reconhecem as suas raízes nos conteúdos que são trabalhados na escola.

Então precisamos saber outras histórias", completou.

Jogos africanos usados em projeto em Ituiutaba Cristane Coppe/Arquivo LEIA TAMMBÉM: TIA ESTER: Aos 91 anos, professora é exemplo de dedicação em Ituiutaba, no Triângulo VOCÊ VIU? Crianças são arrastadas por enxurrada, briga na rua acaba dentro de igreja e motorista de aplicativo é feito refém por mais de 12h UBERLÂNDIA: Empresário tem mais de 370 mil pontos em milhas penhorados para quitar dívida com ex-funcionário ???? Siga as redes sociais do g1 Triângulo: Instagram, Facebook e Twitter ???? Receba no WhatsApp as notícias do g1 Triângulo VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

Publicada por: RBSYS