Nara Coletti mora em Encantado, um dos 441 municípios do Rio Grande do Sul afetados pelas enchentes. Ela saiu do estado para visitar os filhos antes das chuvas e desde então tenta retornar para reencontrar a mãe, de 75 anos, que está ilhada. Nara Coletti quer retornar para o Sul para ver a família e colaborar na reconstrução da cidade em que vive
TV Integração/Reprodução
Após viver 30 anos em Uberlândia, a gaúcha Nara Coletti decidiu retornar para a cidade natal, Encantado (RS), em 2020. Mesmo se mudando para o Sul do país, ela vem sempre à cidade do Triângulo Mineiro visitar os quatro filhos.
A coordenadora pedagógica de 50 anos só não imaginava, quando deixou Encantado, um dos 441 municípios gaúchos a serem afetados pelas enchentes, que não conseguiria retornar para casa e passar o Dia das Mães com a mãe, de 75 anos, que está ilhada desde o início das cheias.
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
Coração dividido
Nara explica que a mãe Lúcia é muito apegada a ela e passa momentos de tensão quando não consegue contato. Além da dificuldade em falar com os parentes, também relata que os suprimentos não estão chegando à família devido as dificuldade de locomoção no local.
"Não chega água, luz, comida. A minha casa e do meu irmão foram submersas, minha cunhada está com a minha mãe porque também teve que sair de casa".
Nara conta que seus quatro filhos e netos não querem que ela retorne para o estado, mas seu coração diz que ela precisa retornar para encontrar a mãe e ajudar na reconstrução da cidade.
"Vim ver meus filhos, sei que eles estão bem e estão seguros, meu coração está batendo para voltar para lá. Minha mãe é muito apegada a mim, ela fica mais comigo, estou muito preocupada".
'De encher o coração': mãe e filha de Patos de Minas publicam juntas livro infantil
Mãe viaja diariamente 65 km para ajudar a filha com paralisia parcial a caminhar e frequentar aulas em universidade
'Da dor surgiu o amparo': mãe transforma luto pelo filho em instituição que já ajudou mais de 4 mil crianças com câncer em MG
Ajudar a comunidade
Famílias de Uberlândia falam das enchentes que atingem o RS
Além da distância da família, os danos materiais também são uma preocupação. Além dos lares dela e dos irmãos, a escola infantil onde ela dava aulas para crianças carentes, ligada à Diocese de Santa Cruz do Sul, também foi severamente afetada.
"Meu irmão mandou foto da minha casa e só dá para ver o telhado. O nosso projeto que cuidava das crianças está interrompido, as famílias das 40 crianças foram quase todas afetadas, preciso voltar para ajudar", conta Nara.
"No momento, eles precisam mais de mim", relata.
Nara pretende ir para o estado e colaborar com a reconstrução do projeto, ajudar a família a se reerguer e participar do plano de ação, que já está sendo montado pelo governo municipal local e, em seguida, vir para Minas Gerais com a mãe.
"Já tínhamos planos de vir para Uberlândia em algum momento, ficar perto dos filhos, agora, com tudo isso, talvez isso aconteça mais cedo", explica.
Segunda enchente em 8 meses
Nara conta que enchentes na região do Vale Taquari são constantes, mas que nunca tinha visto como o que está acontecendo no momento na região.
"Em setembro do ano passado teve uma enchente muito grande, ficamos três dias sem dormir e sem comer para acudir todo mundo", explica Nara.
Segundo ela, os estragos atuais são imensuráveis em comparação à enchente anterior.
"Agora precisamos nos unir, tentar ajudar física e emocionalmente. Tudo é muito bem-vindo e válido", explica.
A entidade onde Nara dá aulas está recebendo doações através de PIX, que pode ser encontrado nas redes sociais da diocese.
Homem observa estrada inundada perto do rio Taquari durante temporal na cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul
Diego Vara/Reuters
???? Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região
???? Siga as redes sociais do g1 Triângulo: Instagram, Facebook e Twitter
???? Receba no WhatsApp as notícias do g1 Triângulo
VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas
Publicada por: RBSYS