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'Não trabalhamos com a morte, é com a vida': no dia do agente funerário, conheça história dos profissionais

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'Não trabalhamos com a morte, é com a vida': no dia do agente funerário, conheça história dos profissionais

Para comemorar a data, lembrada neste domingo (17), o g1 entrevistou trabalhadores para conhecer uma parte da rotina de um dos empregos mais antigos do mundo. Cemitério Campo do Bom Pastor em Uberlândia, foto de arquivo PMU/Uberlândia Cuidar do último olhar que a família terá de um ente querido, aliviar a dor e encontrar beleza no luto. Essa é a missão dos agentes funerários, os pilares de apoio para as famílias que enfrentam a dor da perda. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram No Dia do Agente Funerário, comemorado neste domingo (17), o g1 conversou com Luiz Rodrigo da Silva e Wellington Neres Dantas, que atuam na área, para conhecer um pouco das histórias pelas quais já passaram. Luiz Rodrigo, de Uberaba, no Triângulo Mineiro, entrou de surpresa na profissão. Ele precisava de uma ocupação, trabalhava como porteiro e, no condomínio em que prestava serviços, morava a dona de uma funerária. "Pedi uma oportunidade e ela me falou: 'você não dá conta! Funerária não é fácil!' e eu tinha a mesma visão. Mas pedi para ficar pelo menos dois turnos, porque precisava. Justamente no segundo turno fomos fazer um atendimento de uma pessoa que tinha falecido já fazia 5 dias. Aquela situação foi bem intensa, fiquei bem assustado com o estado de putrefação e o cheiro", disse Luiz. O susto foi superado e 5 anos se passaram desde aquele dia. Destes, 2 anos foram como gerente de operações da funerária. Wellington Neres Dantas, por outro lado, mora em Ituiutaba, e também começou a trabalhar como agente funerário por acaso. Segundo ele, no início não tinha consciência da vocação para a área, mas ao longo do tempo descobriu o verdadeiro propósito. “Precisava de um emprego, então, entrei na área. Hoje, amo o que faço. Faço tudo com amor, não é só por dinheiro", afirmou. A paixão pela área é tamanha que Wellington atua em funerárias há 11 anos. Em mais de uma década, histórias não faltam. “São tantas histórias, que se a gente for contar aqui, faz um livro”. ???? Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região Desmaio O susto passado por Luiz Rodrigo na primeira experiência como agente funerário, não foi a única. A diferença entre ele e outras pessoas que quase se tornaram agentes funerários é o fato de permanecer na profissão. "Dentro de uma funerária, para acontecer algo engraçado é complicado. Mas teve um rapaz que veio até nós, nunca tinha trabalhado na área. Durante o treinamento, ele abaixou para pegar uma ferramenta que tinha caído no chão e, nisso, o braço do falecido escorregou da mesa e bateu nas costas dele. Ele deu um grito que passou mal, chegou até a desmaiar de susto", contou Luiz, rindo. O aprendiz foi levado para o hospital e não voltou para terminar o treinamento. Apesar de ter ficado bem depois do susto, a funerária espera por notícias do rapaz desde então. Presos na funerária Momentos de risos e de compaixão são inúmeros. No entanto, casos chocantes e de tensão, especialmente aqueles que envolvem crimes, não são incomuns. "Um caso que fiquei muito espantado foi quando uma mãe matou o filho, e o corpo veio para eu preparar. O telefone tocou e era a polícia, um delegado, falando sobre o ocorrido e dizendo que tinha a suspeita de que os pais estavam envolvidos. Pediram para segurar eles aqui, para que os policiais chegassem e efetuassem a prisão. Foi uma coisa fora do normal", contou Wellington. Apesar disso, o agente ituiutabano explica que, mesmo com histórias assim e a visão deturpada da sociedade sobre a profissão, ele segue fazendo o trabalho com amor. "Meu maior orgulho é a família olhar para mim e dizer, você fez um excelente serviço." Luiz compartilha da opinião do colega de profissão. Ele entende que funerárias não trabalham com a morte, mas sim com a vida. "A pessoa que chega aqui, o familiar de quem faleceu, é essa a pessoa que mais cuidamos. Entregamos o corpo do falecido como se ele estivesse dormindo, não falecido. Quando a gente chega na sala e percebemos que a família se emociona por ver que a última imagem que terá do ente querido é de tranquilidade e serenidade, eles agradecem muito", relatou Luiz. "Isso enche os nossos corações, né? Porque a gente trabalha com amor", concluiu. *Estagiário sob supervisão de Guilherme Gonçalves. ???? Siga as redes sociais do g1 Triângulo: Instagram, Facebook e Twitter ???? Receba no WhatsApp as notícias do g1 Triângulo LEIA MAIS DOE: Estudantes do ensino médio promovem campanha para arrecadar absorventes VOCÊ VIU? Menino devolve celular que encontrou na rua, Lula participa de inauguração de complexo de fertilizantes e 'mancha' colorida no céu chama atenção de moradores 'XINGU': Filhote de peixe-boi resgatado com queimaduras e nadadeira amputada recebe rotina de cuidados VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

Publicada por: RBSYS

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