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Voluntários mineiros contam o que viram durante ajuda humanitária durante enchentes no RS; ‘sonhei que puxava lama’

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Voluntários mineiros contam o que viram durante ajuda humanitária durante enchentes no RS; ‘sonhei que puxava lama’

Missão formada por voluntários saiu de Uberlândia e apoiou bases montadas nas cidades gaúchas de Passo Fundo e Estrela. Veja imagens. Rua e casas destruídas em Estrela (RS). Gentilly Costa/Divulgação O Rio Grande do Sul viveu e ainda vive o caos causado pelas fortes chuvas e enchentes de vários rios. Cidades inteiras e uma grande parte da capital Porto Alegre foram ficaram debaixo d’água. Desde o início das cheias, voluntários se dedicaram a resgatar moradores ilhados, animais, cuidar de desabrigados e desalojados. E a ajuda não foi apenas de gaúchos não afetados e profissionais de forças de segurança do Estado. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Se lutar contra a água depois que ela invadiu ruas, avenidas, casas, comércios, prédios, lavouras e criações é impossível, brasileiros de vários estados se uniram em uma corrente de solidariedade para fazer o era necessário: ajudar o povo gaúcho. Entre os milhares de voluntários que ajudaram e ainda ajudam, estavam os moradores de Uberlândia Anderson Carvalho, Emerson José e Gentilly Costa. Casa tomada pela lama. Gentilly Costa/Divulgação A missão A ideia de seguir rumo ao Rio Grande do Sul para ajudar as vítimas das enchentes já estava na cabeça dos amigos Anderson e Emerson. Inicialmente, a viagem seria a partir do cadastro feito na Defesa Civil. No entanto, a resposta foi de que precisariam aguardar. Assim, os dois encontraram no grupo Jocum Cerrado a oportunidade de servir ao propósito deles. E no grupo, entre todos os voluntários da missão, estava Gentilly Costa. O plano estava traçado, sempre em contato com o grupo Jocum em Passo Fundo, cidade mais ao norte do Rio Grande do Sul, que não sofreu com as enchentes. “Em Passo Fundo ajudamos no centro de distribuição, onde foram recebidos donativos distribuídos para as famílias afetadas nas mais de 400 cidades atingidas pelas enchentes”, explicou Gentilly. Dali, o trabalho seria direcionado para Roca Sales e, possivelmente, para Muçum, municípios a cerca de 150 km da base e às margens do Rio Taquari, e muito afetados pela cheia. Só que os planos foram mudados pelo tempo. “Devido à situação climática que estava piorando, Roca Sales ficou sem acesso. A única estrada de terra que permitia o acesso teve que ser interrompida por conta das chuvas”, disse Anderson. Homem optou por voltar para a casa assim que foi possível. Gentilly Costa/Divulgação Destruição Impossibilitados de seguirem o plano inicial em segurança, os voluntários foram redirecionados para ajudar outra cidade, Estrela. E foi ali, no município que também fica às margens do Rio Taquari, ao lado de Lajeado e ao sul de Roca Sales e Muçum, que os voluntários viram, com mais certeza ainda, o pesadelo vivido pelos gaúchos. Após organizarem e distribuírem doações em uma base montada em uma academia de jiu-jitsu, a missão foi ajudar na limpeza da cidade. Lama, entulho, lixo. Ali, onde antes carros e pessoas passavam. Onde famílias viviam no conforto do lar, a sujeira agora habitava. “Uma das coisas que mais me impactaram foi o cheiro tomou a cidade. Era um cheiro muito forte, de podridão, de coisas podres. Cheiro de coisa morta, de bicho morto, principalmente nas regiões mais próximas da água, onde havia muita correnteza”, afirmou Gentilly. Além do cheiro, por onde passou a água deixou a destruição. Casas destruídas, árvores arrancadas. Coisas de alguém de perto, ou de longe, que não deveriam estar ali, estavam. “Vi árvores arrancadas pela raiz em cima de casas. Bairros que foram, literalmente, arrastados pela correnteza”, exemplificou Gentilly. Árvore arrancada e arrastada pela força da água parou no segundo pavimento de uma casa, em Estrela (RS). Gentilly Costa/Divulgação “Não consigo descrever a sensação que eu tive, porque é como se eu tivesse dentro de um filme de guerra”, contou Anderson. “Para exemplificar, parece que pegaram maquetes da cidade e passaram caminhões por cima, destruindo tudo”, disse Emerson. “Alguns dias depois de voltar para Uberlândia, tudo o que vi voltou à cabeça. Acordei sonhando que extava puxando lama”, contou Anderson Carvalho. Um mês de enchentes no RS: veja cronologia do desastre que atingiu 471 cidades, matou 169 pessoas e expulsou mais de 600 mil de casa Cadeirante que pedia ajuda para comprar remédios no semáforo é vítima de tentativa de assalto Um cuidando do outro Sem a própria casa e a casa de familiares para poder se abrigar, muitas pessoas não tiveram alternativas e a saída foram os abrigos e alojamentos. De uma hora para outra, pessoas que nem se conheciam estavam ali, dividindo o mesmo espaço, enfrentando a mesma situação. “Visitamos um abrigo. Era um ginásio. Muitas famílias reunidas, todo mundo junto. Pessoas de culturas diferentes, com vícios diferentes, com sentimentos e pensamentos diferentes, tudo amontoado, se ajeitando para conviver. Era aquilo ou a rua”, disse Emerson. “Em alojamentos, ouvimos relatos de crianças que estavam sem os pais, de famílias que que foram devastadas, que morreram juntas. Isso foi muito árduo, emocionalmente falando”, finalizou Gentilly. E apesar de tudo, ali, no meio do sofrimento, a solidariedade e compaixão prevaleceram. No meio do caos, da falta de esperança, a esperança de um novo amanhã era certa. “Casa atolada no barro, tudo sujo, e a gente chega lá para se disponibilizar, sabe? Doar um pouco do nosso tempo ali para tentar levar um pouco de conforto para elas. As pessoas sempre ficavam muito, muito gratas”, finalizou Emerson. ???? Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região Voluntários limpam casa tomada pela lama após a água do Rio Taquari baixar. Gentilly Costa/Divulgação ???? 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Publicada por: RBSYS

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